Final Sports / Sob a Bênção da Imortalidade
Cristiano Zanella
21/10/2009
21/10/2009
No ano de 1979 foram disputados cinco Gre-nais, clássicos inesquecíveis extremamente equilibrados, com muita pancadaria comendo dentro e fora de campo (uma vitória para cada lado, três empates, tendo cada um dos times marcado apenas quatro gols). Pelos gramados do Olímpico e Beira-Rio, desfilavam grandes craques como Manga, Ancheta, Vantuir, Jurandir, Paulo César Caju, Dirceu, Tarciso, André Catimba, Éder, Baltazar (Grêmio), Benitez, Mauro Galvão, Beliato, Cláudio Mineiro, Borracha, Falcão, Batista, Jair, Valdomiro, Bira, Mário Sérgio, Chico Spina, Mário (Inter) - entre outros.
O sexto Gre-nal foi “disputado” nas telas dos cinemas do Rio Grande do Sul, e ficaria marcado na história como um dos mais obscuros e (por que não dizer) malditos filmes já produzidos em solo gaúcho. “Domingo de Gre-nal”, (longa-metragem em cores, com 90 minutos aproximadamente, censura de 10 anos) estreou em 24 de setembro de 1979, sendo lançado em algumas das principais salas exibidoras de Porto Alegre (cines Victoria, Rey, Miramar e Roma). Ficou pouco mais de uma semana em cartaz!
Escrito por Sérgio Jockymann (jornalista, autor de peças teatrais, colorado delirante e colunista da Companhia Jornalística Caldas Jr), produzido por Antônio Crivellaro e dirigido por Pereira Dias (responsável pelos longas-metragens protagonizados pelos “cowboys gaudérios” Teixeirinha e José Mendes), ao lado de outras produções que estavam pintando na época, foi o embrião do cinema gaúcho urbano – até então, a produção cinematográfica local era dominada pelo chamado “melodrama-musical-regionalista”, de temática essencialmente rural, enredos ingênuos e precariedade narrativa extrema. A idéia era transpor a estes pampas a trágica história de amor entre Romeu e Julieta, transformando a inimizade dos Montecchio e Capuletto na disputa acirrada entre as torcidas de Grêmio e Internacional.
Paulo Santana (Hugo, um corretor de imóveis), então vereador de Porto Alegre e colunista de Zero Hora, odiado pelos colorados, protagonizava o patriarca do núcleo tricolor, enquanto o humorista colorado Chibé (Juca, operador de guindastes no cais do porto) era o representante vermelho. Duas típicas famílias de classe média, moradoras de uma casa geminada, declaram guerra quando – na semana em que se decide o Campeonato Gaúcho – descobrem que seus primogênitos vivem uma paixão secreta e proibida. O irreverente Roberto Gigante, jornalista, ator de teatro e colunista social do Jornal do Almoço (então torcedor símbolo do Inter que, entre outras peripécias, protagonizou o “Caso Cléo” – quem se lembra?), fazia o papel do padre do bairro, que acoberta o namoro, tentando assim evitar uma tragédia familiar. O filme contava ainda com participações especiais de cronistas esportivos da época (alguns deles ainda em atividade), como Armindo Antônio Ranzolin, Enio Mello, Haroldo de Souza, José Matzembacher, Larry Pinto de Faria, Lauro Quadros, Luiz Carlos Bencke e Ruy Carlos Ostermann, além dos torcedores da dupla Camelinho e Terezinha Morango. Bons tempos...
Fracasso de público e crítica (Tuio Becker, Goida, Ivo Stigger, Hélio Nascimento, entre outros críticos da época, simplesmente destruíram o filme), voltou a ser exibido em São Paulo, em 81, com novo título: “Amor e... bola na rede”. Atualmente, “Domingo de Gre-nal” tem sua única cópia restante arquivada na Cinemateca Brasileira (SP), aguardando restauração.
Trinta anos se passaram, mas parece que foi ontem! Nada mudou: no passado, no presente e no futuro, nas telas ou nos gramados, Gre-nal é Gre-nal – o maior clássico do futebol brasileiro! Com os pés no presente, os olhos no futuro e o coração no passado... os votos de um excelente Gre-nal aos gaúchos e gaúchas de todas as querências!
Com o Grêmio sempre – na peleia!!!
www.finalsports.com.br
O sexto Gre-nal foi “disputado” nas telas dos cinemas do Rio Grande do Sul, e ficaria marcado na história como um dos mais obscuros e (por que não dizer) malditos filmes já produzidos em solo gaúcho. “Domingo de Gre-nal”, (longa-metragem em cores, com 90 minutos aproximadamente, censura de 10 anos) estreou em 24 de setembro de 1979, sendo lançado em algumas das principais salas exibidoras de Porto Alegre (cines Victoria, Rey, Miramar e Roma). Ficou pouco mais de uma semana em cartaz!
Escrito por Sérgio Jockymann (jornalista, autor de peças teatrais, colorado delirante e colunista da Companhia Jornalística Caldas Jr), produzido por Antônio Crivellaro e dirigido por Pereira Dias (responsável pelos longas-metragens protagonizados pelos “cowboys gaudérios” Teixeirinha e José Mendes), ao lado de outras produções que estavam pintando na época, foi o embrião do cinema gaúcho urbano – até então, a produção cinematográfica local era dominada pelo chamado “melodrama-musical-regionalista”, de temática essencialmente rural, enredos ingênuos e precariedade narrativa extrema. A idéia era transpor a estes pampas a trágica história de amor entre Romeu e Julieta, transformando a inimizade dos Montecchio e Capuletto na disputa acirrada entre as torcidas de Grêmio e Internacional.
Paulo Santana (Hugo, um corretor de imóveis), então vereador de Porto Alegre e colunista de Zero Hora, odiado pelos colorados, protagonizava o patriarca do núcleo tricolor, enquanto o humorista colorado Chibé (Juca, operador de guindastes no cais do porto) era o representante vermelho. Duas típicas famílias de classe média, moradoras de uma casa geminada, declaram guerra quando – na semana em que se decide o Campeonato Gaúcho – descobrem que seus primogênitos vivem uma paixão secreta e proibida. O irreverente Roberto Gigante, jornalista, ator de teatro e colunista social do Jornal do Almoço (então torcedor símbolo do Inter que, entre outras peripécias, protagonizou o “Caso Cléo” – quem se lembra?), fazia o papel do padre do bairro, que acoberta o namoro, tentando assim evitar uma tragédia familiar. O filme contava ainda com participações especiais de cronistas esportivos da época (alguns deles ainda em atividade), como Armindo Antônio Ranzolin, Enio Mello, Haroldo de Souza, José Matzembacher, Larry Pinto de Faria, Lauro Quadros, Luiz Carlos Bencke e Ruy Carlos Ostermann, além dos torcedores da dupla Camelinho e Terezinha Morango. Bons tempos...
Fracasso de público e crítica (Tuio Becker, Goida, Ivo Stigger, Hélio Nascimento, entre outros críticos da época, simplesmente destruíram o filme), voltou a ser exibido em São Paulo, em 81, com novo título: “Amor e... bola na rede”. Atualmente, “Domingo de Gre-nal” tem sua única cópia restante arquivada na Cinemateca Brasileira (SP), aguardando restauração.
Trinta anos se passaram, mas parece que foi ontem! Nada mudou: no passado, no presente e no futuro, nas telas ou nos gramados, Gre-nal é Gre-nal – o maior clássico do futebol brasileiro! Com os pés no presente, os olhos no futuro e o coração no passado... os votos de um excelente Gre-nal aos gaúchos e gaúchas de todas as querências!
Com o Grêmio sempre – na peleia!!!
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Lembro-me deste filme em cartaz, realmente não empolgou muito o pessoal, mas de repente a própria produção era precária.
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