Cinema Marrocos (1953-1994)! Avenida Getúlio Vargas, 1719 (bairro Menino Deus, Porto Alegre/RS)!
“Em 26 de setembro de 1953, com a presença do prefeito Ildo Meneguetti, foi inaugurado o Cinema Marrocos, na Avenida Getúlio Vargas. A sala, de arquitetura modernista, construída por Lubianca & Cia., tinha lotação de 1.300 lugares, distribuídos numa única e extensa platéia. Considerado um cinema ‘lançador’, apesar de construído fora do centro da capital, reduto das salas de ‘primeira linha’. A platéia apresentava grande volume interior, devido à cobertura em abóbada – no forro havia pequenos pontos de luz, que simulavam um céu estrelado, à maneira dos antigos cinemas atmosféricos. Por volta de 1994 o Marrocos foi fechado, já em precárias condições de conservação e com público escasso (certamente migrando para as salas do Shopping Praia de Belas), dando lugar a três estabelecimentos comerciais: a sala de espera transformou-se em farmácia, a sala de espera superior em pizzaria e a platéia em estacionamento. Sua fachada foi totalmente descaracterizada”. (NETO, Olavo Amaro da Silveira. Cinemas de rua em Porto Alegre - do Recreio Ideal ao Açores. Porto Alegre: Dissertação de Mestrado/Faculdade de Arquitetura da UFRGS, 2001).
“Com a fachada do prédio danificada – faltam três letras do letreiro luminoso e a pintura da parede descascou –, o Cine Marrocos nem quis projetar a sua última sessão, o oscarizado Filadélfia. Exatamente às 22h05min de quinta-feira, após enrolar os filmes do Jamaica abaixo de zero, o projecionista Dalci Scheel, 57 anos, apagou as luzes e fechou as portas do Marrocos. ‘É brabo’, disse Scheel, que trabalhou no Marrocos durante 18 anos, acompanhando seu esplendor e decadência. O prédio será transformado num centro comercial. Dois meninos de rua, Ariovaldo Ferreira de Assis, 11 anos, e Silmar da Silva, 13 anos, que cuidavam dos carros dos escassos espectadores do Cine Marrocos, vibraram com a mudança. ‘Oba, vamos ter mais carros para cuidar e ganhar dinheiro’, comemorou Ariovaldo”. (Zero Hora/Segundo Caderno, 02-06-1994).
Século 21: ironicamente, para decepção dos meninos de rua Ariovaldo e Silmar, o familiar Marrocos transformou-se em estacionamento. O “ingresso” custa R$ 5,00, e dá direito a uma “sessão” de duas horas na sala, que mantém o piso e o teto originais. O segundo andar é ocupado por um restaurante, enquanto na ante-sala funciona filial da farmácia Panvel.
“Em 26 de setembro de 1953, com a presença do prefeito Ildo Meneguetti, foi inaugurado o Cinema Marrocos, na Avenida Getúlio Vargas. A sala, de arquitetura modernista, construída por Lubianca & Cia., tinha lotação de 1.300 lugares, distribuídos numa única e extensa platéia. Considerado um cinema ‘lançador’, apesar de construído fora do centro da capital, reduto das salas de ‘primeira linha’. A platéia apresentava grande volume interior, devido à cobertura em abóbada – no forro havia pequenos pontos de luz, que simulavam um céu estrelado, à maneira dos antigos cinemas atmosféricos. Por volta de 1994 o Marrocos foi fechado, já em precárias condições de conservação e com público escasso (certamente migrando para as salas do Shopping Praia de Belas), dando lugar a três estabelecimentos comerciais: a sala de espera transformou-se em farmácia, a sala de espera superior em pizzaria e a platéia em estacionamento. Sua fachada foi totalmente descaracterizada”. (NETO, Olavo Amaro da Silveira. Cinemas de rua em Porto Alegre - do Recreio Ideal ao Açores. Porto Alegre: Dissertação de Mestrado/Faculdade de Arquitetura da UFRGS, 2001).
“Com a fachada do prédio danificada – faltam três letras do letreiro luminoso e a pintura da parede descascou –, o Cine Marrocos nem quis projetar a sua última sessão, o oscarizado Filadélfia. Exatamente às 22h05min de quinta-feira, após enrolar os filmes do Jamaica abaixo de zero, o projecionista Dalci Scheel, 57 anos, apagou as luzes e fechou as portas do Marrocos. ‘É brabo’, disse Scheel, que trabalhou no Marrocos durante 18 anos, acompanhando seu esplendor e decadência. O prédio será transformado num centro comercial. Dois meninos de rua, Ariovaldo Ferreira de Assis, 11 anos, e Silmar da Silva, 13 anos, que cuidavam dos carros dos escassos espectadores do Cine Marrocos, vibraram com a mudança. ‘Oba, vamos ter mais carros para cuidar e ganhar dinheiro’, comemorou Ariovaldo”. (Zero Hora/Segundo Caderno, 02-06-1994).
Século 21: ironicamente, para decepção dos meninos de rua Ariovaldo e Silmar, o familiar Marrocos transformou-se em estacionamento. O “ingresso” custa R$ 5,00, e dá direito a uma “sessão” de duas horas na sala, que mantém o piso e o teto originais. O segundo andar é ocupado por um restaurante, enquanto na ante-sala funciona filial da farmácia Panvel.
Fotos: Ado Henrichs (2006)
O número do prédio onde funcionava o Marrocos é 1714 e não 1719
ResponderExcluirO numero correto do predio do antigo Cinema Marrocos e 1714.
ResponderExcluir