1983, o Ano Azul!

"1983, o Ano Azul" - breve num cinema perto de você
Final Sports / Sob a Bênção da Imortalidade
Cristiano Zanella
13/05/2009

Dezembro de 1983, o Grêmio para a eternidade: Mazaropi; Paulo Roberto, Baidek, De León e Paulo César Magalhães; China, Osvaldo (Bonamigo) e Paulo César Caju (Caio); Renato, Tarciso e Mario Sérgio! O mundo aos nossos pés! Pra cima, pra cima, vai pra cima tricolor! O Grêmio é Campeão do Mundo, nada pode ser maior!!!

E não é que a epopéia do Grêmio em Tóquio em breve estará projetada nas telas dos cinemas de todo Rio Grande do Sul? Comemorando os vinte e cinco anos da histórica e pioneira conquista tricolor em terras orientais, o longa-metragem “1983, o Ano Azul”, documentário com aproximadamente 90 minutos de duração, contará através de depoimentos de jogadores e comissão técnica a inesquecível saga que elevou o Grêmio ao topo do mundo.

Além de grande profissional, um gremista fanático, o replicante Carlos Gerbase é o pai do projeto, realizado em parceria com o próprio Grêmio. Ainda sem data oficial de estréia, em entrevista inédita e exclusiva, Gerbase revela detalhes sobre a produção de “1983”, filme que deverá repetir o estrondoso sucesso de “Inacreditável – a Batalha dos Aflitos” (2007), provocando descontrole geral e ruidosas avalanches nas platéias dos cinemas do Rio Grande, do Brasil e de todo o planeta Terra!

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Carlos Gerbase (jornalista, diretor cinematográfico, músico).

Gerbase, tu é um gremistão que acompanha o tricolor desde criança: teu pai, José Gerbase, foi presidente do Grêmio ainda nos anos 40, e nasceste em 59, na década em que foi inaugurado o Olímpico, quando o Grêmio foi soberano, conquistando doze campeonatos gaúchos em treze anos! As tuas recordações tricolores mais remotas...
São da década de 60, Campeonato Gaúcho, com o Grêmio ganhando tudo. Eu ia sempre com meu pai e meus irmãos, e lembro da dificuldade em subir as escadas até as cadeiras locadas, pois o meu pai era parado a cada dois metros para conversar sobre o Grêmio.

Onde assistiu ao jogo contra o Hamburgo? Quais as lembranças daquela madrugada de 11 de dezembro de 1983, ano em que lançaste o super-8 “Inverno” e que Os Replicantes ensaiavam seus primeiros acordes?
Eu morava na Marquês do Pombal, e vi o jogo em casa. Estava tranqüilo e confiante. Aproveitando uma sessão do "Inverno" na Cinemateca Uruguaia (bendita coincidência...), tinha assistido o Grêmio empatar com o Peñarol, em Montevidéu, em junho. Em dezembro de 83, Os Replicantes estavam começando na garagem lá de casa, e o gremista Wander ainda não tinha entrado pra banda. Eu tinha que conviver com os irmãos Heinz, Claudio e Heron, ambos colorados.

Muitas histórias já foram contadas sobre a conquista do maior título da história Grêmio! 25 anos depois, o que ainda pode ser dito a respeito daquele jogo? Quais os principais depoimentos que compõe a narrativa do filme? Além de jogadores, comissão técnica e dirigentes, há depoimentos de jornalistas e torcedores que estiveram em Tóquio?
As principais entrevistas são Koff, Espinosa, Ithon Fritzen, Verardi, Mazaropi, De León, Baidek, China, Oswaldo, Mário Sérgio, Renato e Tarciso. Optamos por centrar esforços nos personagens diretamente envolvidos com os episódios, especialmente os jogadores e o técnico, de modo a criar um clima de documentário mesmo, com informações novas e algumas re-interpretações do que aconteceu. Os jornalistas são sempre fontes secundárias, falam sobre o que viram, e não sobre o que viveram. Quanto aos torcedores, achamos que, embora eles sempre tragam emoção, poderiam dispersar um pouco a narrativa. Tenho certeza que os torcedores de hoje vão se emocionar, e os de 1983, inclusive os que foram a Tóquio, terão a oportunidade de relembrar tudo com riqueza de detalhes. Uma das histórias mais divertidas é sobre a multa do Renato, que, poucos dias antes do embarque pra Tóquio, ameaçou voltar pra Bento e pra profissão de padeiro. No filme, o caso é contado pelo próprio Renato, pelo Espinosa e pelo presidente Koff.

Os colorados costumam menosprezar nossa pioneira conquista mundial, afirmando tratar-se de um título sem o aval da Fifa (mesma instituição que rebaixou-os em 96, e mandou tirar seu nome da fachada do Beira Rio em 2006), chamando de Toyota, taça intercontinental, etc. O que tu pensa a respeito?
É ridículo, pura dor de cotovelo. Como diz o presidente Koff no filme, o primeiro é o que fica na história.

O filme utiliza imagens de arquivo? Que acervos pesquisaste em busca deste material?
Usamos um pouco de tudo: vídeos, fotos, jornais, imagens do Memorial do Grêmio, computação gráfica, cartuns, etc. Pesquisamos em todos os acervos tradicionais e na internet. O filme começou a ser feito no final de 2006 e a última entrevista foi realizada em novembro do ano passado.

Um filme brasileiro dificilmente alcança um milhão de expectadores, e o Grêmio possui muito mais torcedores do que isso – qual a expectativa de público para "1983"? Vai ser lançado em salas de cinema (no interior do estado, poucos cinemas ainda sobrevivem), DVD e na tv simultaneamente, como teus últimos trabalhos?
Acho que o circuito das salas é, hoje, mais uma plataforma de lançamento do que um mercado propriamente dito, pelo menos para filmes brasileiros. Portanto, não sei ainda qual é o potencial do filme nas salas. A produção é do Grêmio, assim com a responsabilidade pela distribuição, eu vou ajudar no que for possível. A expectativa fica mesmo com os DVDs. Espero que a vendagem seja muito boa e traga retorno financeiro e institucional para o clube.

Como define o sentimento de ser um torcedor gremista? E as possibilidades para a Libertadores 2009?
Não sei o que é ser gremista, porque nunca fui outra coisa. Só sou, e tá bom assim! Futebol é pra esvaziar a cabeça e fazer a saudável catarse de cada dia. Temos boas possibilidades na Libertadores. Vamos empurrar o time, como sempre, e aí quem sabe chegamos lá de novo...

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