O dia em que Papai Noel vestiu azul!
Final Sports / Sob a Bênção da Imortalidade
Cristiano Zanella
24/12/2008
Dez de dezembro de 1961. Era a data marcada para a realização do último jogo do Campeonato Gaúcho daquele ano, o Gre-nal que decidiria o campeão do certame. Mas, para tristeza e decepção dos tricolores, de nada valeria o clássico, visto que o Inter era o campeão antecipado, já tendo somado os pontos necessários nas rodadas anteriores. O jogo seria disputado no Estádio dos Eucaliptos, e o carnaval vermelho estava assegurado. Mal podiam imaginar os festivos colorados que uma estranha e inacreditável façanha – destas que teimam em acompanhar a já centenária trajetória tricolor – estava prestes a realizar-se, e que esta teria como protagonista o glorioso Grêmio Foot-ball Porto-alegrense, então Penta-Campeão Gaúcho.
Logo nos primeiros minutos de jogo, o Inter já vencia por 1 a 0, e a expulsão do lateral-direito gremista Altemir facilitaria as coisas para o colorado: terminado o primeiro tempo, Inter 2 x 0 Grêmio (dois gols de Alfeu). Segunda etapa: com um homem a menos e perdendo por dois gols, o Tricolor dos Pampas, capitaneado pelo lendário Airton Pavilhão, entra em campo para fazer história. Aos 25 minutos da etapa complementar, Nadir diminui cobrando falta: 2 a 1. Pouco mais de dez minutos depois, Marino empata o jogo. Já quase nos acréscimos, bola na área do Inter, e o “Tanque Gremista” Juarez cabeceia livre – era o gol da inesquecível virada! Inter 2 x 3 Grêmio!
Naqueles mágicos 45 minutos, a tristeza antecipada transformava-se em esfuziante e incontida alegria! O título do Gauchão já não tinha mais importância, e a torcida gremista ainda festejava o gol da vitória quando viu cruzar o campo, em louca disparada, um Papai Noel todo azul!?!? Por trás da tradicional indumentária natalina – quem mais poderia ser? – estava um dos maiores ícones da história tricolor: Francisco Paulo Sant´ana.
Segundo depoimento de Sant´ana à Revista Placar (junho de 1991):
“Tinha eu 22 anos e fui convidado para a façanha. Dias antes, prepararam-me uma vestimenta de seda azul, com gorro de pompom e tudo. E fiquei eu no vestiário todo o tempo, já dentro da indumentária, esperando apenas para calçar as botas, que eram de número 39, enquanto eu calçava 41. Quando o Inter fez o segundo gol, tirei a quente roupa de Papai Noel e coloquei numa sacola. Nada mais havia a fazer, ainda mais com a desvantagem de dez homens em campo. Mas, a medida em que o escore ia se modificando, eu ia colocando as calças, a blusa, o gorro, na expectativa de entrar no gramado. Quando explodiu o terceiro gol, o massagista Biscardi já passava sabonete em meus pés, no objetivo de conseguir enfiar neles as botas apertadas. A gente ficava naquele vestiário da quadra de basquete, havia uma porta de ferro e a tela separando-o do campo. Quando o árbitro terminou a partida, atirei-me contra ela, procurando ultrapassá-la. Policiais e funcionários da Federação tentaram impedir a força minha entrada. Os dirigentes e os reservas do Grêmio empurravam-me e consegui passar por aquela barreira, mas percebi que não havia mais pompom no meu gorro, nem a barba postiça branca no meu queixo, que haviam sido arrancados no sururu. Mesmo assim, entrei em campo sob os vivas da torcida gremista. Fui levantado pelos jogadores tricolores e levado até as sociais coloradas, que assistiam arrasadas ao meu desfile triunfante. Cumpria-se uma tradição de muitos anos. Fui para o centro da cidade, cercado por duas loiras espetaculares. Era o carnaval gremista que se espraiava pelas ruas. Dali a pouco, na Borges de Medeiros, o mais numeroso cordão colorado vinha em direção contrária – aliás, o Internacional havia sido o campeão. E nem a vitória gremista conseguira arrefecer-lhes por inteiro o ânimo. Quando aquela massa vermelha cruzou por nós, eles me atacaram. Subi num bonde-gaiola e eles entraram junto, perseguindo-me. Levei uma boa surra e minha roupa de Papai Noel foi inteiramente esfrangalhada. Nunca mais vou me esquecer daquela impossível vitória. Nem dos riscos que corri para apenas afirmar uma rivalidade que continua séria, mas tinha muito mais imaginário e pitoresco que nos dias de hoje”.
Foi numa tarde quente de dezembro, no distante ano de 1961, o dia em que o bom velhinho vestiu azul (e escapou de ser linchado)... O dia em que, mais uma vez e para todo o sempre, o Grêmio escrevia com sangue, suor e lágrimas seu nome no livro das vitórias impossíveis, tornando-se o protagonista de uma verdadeira fábula natalina. E os gremistas, mesmo perdendo o título, viveram intensamente um Natal de muita paz, saúde e amor – um autêntico Natal tricolor!
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License do drink!
Banha!
Banha chegou no Grêmio no dia 1º de julho de 1964, quando tinha 21 anos. Ele era responsável pelo relaxamento muscular dos atletas. Mais tarde, assumiu o posto de massagista da equipe principal do tricolor, e esteve presente nas principais conquistas do time gaúcho nas décadas de 80 e 90, como a Libertadores e o Mundial de 1983. Por motivos de saúde, abandonou a função no final da década de 90. Mesmo assim, se mantinha vinculado ao clube do seu coração.
Em 2003, quando o Grêmio comemorou os 20 anos da conquista do Mundial do Japão, Banha foi um dos personagens da retrospectiva realizada pela Grêmio.Net. Reproduzimos a entrevista na integra, onde Banha relata as principais passagens da final do Mundial.
Grêmio.Net: Qual o momento mais marcante daquele conquista no Japão?
Banha: Foi quando o juiz apitou o final de jogo e a festa começou no estádio. Depois continuou no ônibus, no hotel. Tudo com muito champanhe.
Grêmio.Net: Você conheceu quase o mundo todo com o Grêmio mas uma viagem tão longa e cansativa como esta foi a primeira vez. Como foi o vôo até Tóquio?
Banha: Foi tranqüilo. Conversamos bastante, jogamos carta, tomamos chimarrão. Na época eu pesava 143 Kg e o pessoal caiu na minha cabeça porque eu não conseguia fechar o cinto de segurança. A aeromoça teve que trazer outro pedaço de cinto para poder fechar. Era complicado ir ao banheiro também. Muito apertado.
Grêmio.Net: Você já foi quatro vezes com o Grêmio ao Japão mas em 1983 era a primeira vez. Como foi esse primeiro contato com tão diferente cultura?
Banha: Parecia que eu estava em outro mundo. Era completamente diferente do que eu estava acostumado. Uma tecnologia muito desenvolvida. Para atravessar a rua, havia um aparelho sonoro para ajudar os cegos a atravessarem. Impressionante.
Grêmio.Net: Houve alguma dificuldade de comunicação no dia-a-dia com os japoneses?
Banha: Não. Nenhum. O Grêmio pensou em tudo e, no hotel, haviam quatro ou cinco intérpretes à disposição da delegação. Se a gente queria sair pra fazer compras, sempre éramos acompanhados por um deles. Fiquei responsável por fazer feijão para os jogadores e até mesmo na cozinha havia um intérprete pra me ajudar.
Grêmio.Net: Como foi a expectativa antes da partida?
Banha: Uma ansiedade muito grande. Trabalhei direto com o Osvaldo. Ele viajou sentindo dores e fizemos um tratamento intensivo. De manhã, de tarde e de noite. Só na véspera da partida que ele acordou sem dor e acabou sendo uma das grandes figuras da conquista.
Grêmio.Net: No momento em que o Hamburgo empatou o jogo, você estava atendendo o Renato, com câimbras, na beira do gramado. Como foi aquele momento?
Banha: Quando o Hamburgo fez o gol, nós gelamos. O Renato se levantou rapidamente e voltou para o campo dizendo “vamos ganhar, vamos ganhar”. Graças a Deus ele conseguiu fazer o segundo gol na prorrogação. A equipe já estava cansada física e mentalmente e o gol veio na hora certa.
Grêmio.Net: Você ainda mantém contato com o pessoal daquela época?
Banha: Claro. Tenho contato com o Hélio (roupeiro), meu companheiro de Grêmio por 40 anos. O Tarciso, o Paulo Roberto. Até mesmo com o De Leon, na época em que ele estava treinando o clube. Todos que andam pela área a gente encontra e pára para bater um papo.
Fonte: Correio do Povo e Grêmio Foot-ball Porto Alegrense / Site Oficial.
Santo remédio!
Cine Theatro Capitólio!
Em matéria publicada na capa do Segundo Caderno do jornal Zero Hora, em 02 de julho de 1994, o jornalista Nilson Mariano, em narrativa melancólica, descrevia a última sessão do Cine Theatro Capitólio, ocorrida havia três dias. Inaugurado em 12 de outubro de 1928, com o filme Casanova, o príncipe dos amantes, o prédio (projeto do arquiteto e engenheiro paulista Domingos Rocco), possuía um estilo eclético, com influências açorianas e portuguesas, unindo luxo, complexidade e perfeição em seus espaços externos e internos. De propriedade do alfaiate José Luiz Faillace, que aplica suas economias na construção do novo centro de diversões, o Capitólio tinha capacidade original para 1.295 espectadores, uma área de 1.300 m² e mantinha contrato de exclusividade com duas das maiores produtoras de filmes da época: a United Artists e a RKO. Segundo o jornal Correio do Povo (06/10/1928), “um centro de reunião da elegante mocidade daquela populosa zona”.
A sala, localizada na esquina da avenida Borges de Medeiros com Demétrio Ribeiro (bairro Centro), chegava à sua derradeira sessão num clima que em nada lembrava seus anos dourados, quando, além de projetar grandes filmes, recebia companhias teatrais, vedetes do Teatro de Revista, e era palco de bailes de carnaval e concursos de misses. O então derrotado Capitólio exibia, naquela noite, o que havia de mais baixo na escala cinematográfica:
“O cartaz do pornô Seduzida por um cachorro e Amada por um animal contrastava com os lustres de cristal, a forração púrpura e os pilares em estilo grego do prédio erguido em 1928, no Centro de Porto Alegre. Mas os 20 espectadores da última sessão do Cine Capitólio, exibida às 21h de quinta-feira, não estavam muito interessados em detalhes arquitetônicos, nem no filme. Nos últimos meses, a sala estava servindo para encontros de homossexuais. Discretos, comportados e um pouco constrangidos, os gays lamentaram o fechamento do Capitólio”. (MARIANO, Nilson – Zero Hora/Segundo Caderno, 02/06/1994, p. 01).
Naquela mesma quinta-feira, 30 de junho 1994, encerraram atividades outras duas salas da cidade, também administradas pela Fama Filmes, da rede de Marcelo Zonari (Companhia Cinematográfica São João): os tradicionais Marrocos (no Menino Deus) e São João (também no Centro) – este último, assim como o Capitólio, vinha dedicando-se à exibição de filmes de sexo explícito:
“Nos últimos tempos, Porto Alegre ganhou e perdeu vários cinemas. Novos shopping centers surgiram, com salas pequenas, cheirando a conforto e limpeza. Na última quinta-feira, três cinemas grandes, antigos e mofados encerraram suas atividades. Agora estão inertes e mudos os projetores do decadente São João, do outrora requintado Capitólio e do familiar Marrocos. Uma modernidade asséptica e despersonalizada substitui velhos e nostalgicamente simpáticos personagens da paisagem da cidade”. (BECKER, Tuio – Zero Hora/Segundo Caderno, 02/06/1994, p. 20).
Pouco mais de uma semana depois, no domingo 10 de julho, fechavam outras seis salas, todas de propriedade do grupo Cine-Teatro Rex S/A: o ABC (na Cidade Baixa), o Coral 1 e 2 (no Moinhos de Vento), o Cacique, o Scala e o Lido (no Centro). Porto Alegre contabilizava a perda de nove salas de cinema em pouco mais de dez dias.
Quase simultaneamente ao fechamento do Capitólio, entidades iniciaram a luta para a restauração do cinema, sempre esbarrando na falta de recursos financeiros.
Em 1995, o então prefeito Tarso Genro sancionou a lei complementar 365/95, transferindo a propriedade do imóvel para o município, e o declarou Patrimônio Cultural da cidade (o projeto foi aprovado por unanimidade na Câmara dos Vereadores). Naquele mesmo ano, no dia 03 de outubro, o Segundo Caderno de Zero Hora publica, na coluna Estado das Coisas, nota redigida pelo jornalista Renato Mendonça que previa a reabertura da sala em 1996, administrada pelo Serviço Social do Comércio (SESC):
“Renato Seguezio, presidente do conselho regional do Serviço Social do Comércio (SESC), contou que seu tio pintava os cartazes do cinema e lembrou de Vinte mil léguas submarinas. O prefeito Tarso Genro citou Giordano Bruno, que assistiu nos anos 50, quando visitou um tio em Porto Alegre. Seguezio e Tarso prometem retribuir as nostálgicas matinês do passado salvando o cinema. (...) O SESC assumirá a restauração do prédio (orçada em R$ 1 milhão) e cuidará da administração. O diretor geral do órgão, José Mendonça, informou que esta sessão deve durar pelo menos 50 anos e que está prevista para agosto de 1996 a entrega do cinema e de uma oficina de teatro”. (MENDONÇA, Renato – Zero Hora/Segundo Caderno, 03/10/1995, p. 03).
O convênio entre o SESC e a Prefeitura foi celebrado em novembro de 1997, com uma semana de espetáculos artísticos na Praça Daltro Filho – em frente ao cinema –, lançando o projeto Instituto Policultural Capitólio/SESC. O prazo para o início das obras não foi cumprido, e o acordo com o SESC desfeito no início de 2000. Desde então, o imóvel permaneceu abandonado, aumentando assim os problemas em sua já comprometida estrutura. Por diversas vezes os vizinhos reclamaram das infiltrações nas paredes, do lixo acumulado no pátio, dos ratos, dos pombos e morcegos que habitavam o telhado, e também dos mendigos que passaram a ter ponto em volta do prédio fechado. Em dezembro de 2000, uma das vigas que sustentavam o teto cedeu, e parte da cobertura desabou.
Mais de dez anos haviam se passado desde o fechamento do Capitólio! No dia 26 de outubro de 2004 (cinco dias antes das eleições municipais), a Prefeitura de Porto Alegre/Administração Popular (através da Secretaria Municipal de Cultura), a Associação dos Amigos do Cinema Capitólio (AAMICA) e a Fundação Cinema RS (Fundacine), realizaram, no local, coquetel de apresentação da nova Cinemateca Capitólio. Com aprovação junto à Lei de Incentivo à Cultura e Lei Rouanet, do Ministério da Cultura, e patrocínio da Petrobras, o projeto prevê a construção de um centro de documentação e informação para pesquisa audiovisual, abrigando em seu acervo arquivos e coleções públicas e particulares. Além disso, a cinemateca deverá contar com uma sala de cinema com 188 lugares, equipada com projetores nos sistemas digital, 35mm e 16mm, quatro salas de exibição para pequenos grupos e ilha de convivência (com cafeteria, loja de CDs, DVDs e livros relacionados com cinema). A cerimônia reuniu parte significativa da classe artística gaúcha, em especial os cineastas, e contou com apresentação do grupo teatral Falus & Stercus, cujos integrantes executaram coreografias pendurados em cabos presos às paredes do prédio.
As obras de restauração do prédio histórico tiveram início em dezembro de 2004. O projeto contou com um patrocínio de R$ 4,2 milhões da Petrobras em suas duas primeiras etapas, o que resultou na conclusão da etapa civil da obra. Com isso, a fachada do prédio e as estruturas da construção foram recuperadas.
Em 2006, quando a Petrobras decidiu não patrocinar a última etapa do projeto, um longo e persistente caminho precisou ser enfrentado a fim de se conquistar um novo financiamento. O trabalho envolveu a obtenção da Carta de Reconhecimento da Importância Cultural e Imaterial do Capitólio, em dezembro de 2007, junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e uma detalhada construção de apoios institucionais em todos os níveis de governo, além da ajuda de colaboradores.
Em novembro de 2009, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) confirmou o patrocínio no valor de R$ 1,1 milhão, por meio da Lei Rouanet, para a conclusão das obras de restauração da sala. O reinício das obras está previsto para os primeiros meses de 2010.
A Cinemateca Capitólio será a primeira da região sul do Brasil e a segunda do país, e pretende reunir todo o acervo audiovisual do Rio Grande do Sul. Por meio de um convênio, a Cinemateca Brasileira está prestando o suporte técnico de acervamento, restauração das películas, vídeos e materiais documentais, como cartazes e revistas. Todo material audiovisual significativo recebido é enviado para a equipe da Cinemateca Brasileira. Lá, o material recebe tratamento adequado para estar, em breve, disponível aos gaúchos no prédio do antigo cinema da avenida Borges de Medeiros – o jornalista e pesquisador cinematográfico Glênio Póvoas é o consultor técnico de catalogação e acervo.
Sonho antigo da comunidade cultural porto-alegrense e dos moradores do Centro, a re-abertura do velho Capitólio se anuncia próxima, e em grande estilo!
+ INFORMAÇÃO:
http://www.aamica-capitolio.blogspot.com
http://www.capitolio.org.br
Zanella: made in Italy!
Since originating in Vicenza, Italy, in the late 1950´s, Zanella has been synonymous with high quality men´s and women´s sartorial trousers.
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De León!
Segundo o jornalista Eduardo "Peninha" Bueno, em "A América aos nosso pés - 25 anos de uma Libertadores de verdade" (Virtual Livros, 2008): "Gigante que escreveu com muito suor e um tanto de sangue - várias vezes o próprio; em outras, o dos adversários -, algumas das mais gloriosas páginas da história do imortal tricolor".
De León foi uns dos mais vitoriosos zagueiros do futebol sul-americano. Revelado pelo Nacional de Montividéu, aos 17 anos já era capitão da equipe. Campeão da Taça Libertadores da América com o Nacional em 1980 e 1988 (neste ano, também Campeão do Mundial Interclubes) - com a Seleção Uruguaia, venceu o Mundialito em sua edição 1980-81.
Na decisão da "Copa de Oro", em Montevidéu, encerrado o jogo (URU 2 X 1 BRA), com o Uruguai campeão, De León tirou a celeste uruguaia e mostrou a camisa que vestia por baixo, pelo lado do avesso: a tricolor do Grêmio. Com essa atitude, o zagueiro festejava sua contratação pelo clube gaúcho, do qual já era torcedor. Mas não só isso. Naquele momento, ele também fazia um protesto solitário contra o regime militar: "Aquela foi uma atitude com muito simbolismo. Sei que emocionei as pessoas. Eu sou de Rivera, da fronteira. Sou gremista desde sempre" - declara ao jornal Zero Hora, em 26 de julho de 2009.
Uruguay Campeón Copa de Oro-Mundialito 1980-81: http://www.youtube.com/watch?v=h8bFycPndOs&feature=related.
Assinou contrato com o Grêmio Foot-ball Porto Alegrense em janeiro de 1981, "abrindo mão" de disputar o Mundial Interclubes com o Nacional, em fevereiro (Nacional 1 x 0 Nottingham Forest-ING). No mesmo ano sagrou-se Campeão Brasileiro, e em 1983 conquistou novamente a Taça Libertadores da América e o Mundial Interclubes, desta vez pelo tricolor gaúcho.
Além de Nacional e Grêmio, De León jogou no Corinthians (BRA), Santos (BRA), Logroñés (ESP), foi Campeão Argentino em 1989 e 1990 pelo River Plate (ARG), depois Botafogo (BRA) e Toshiba (JAP), onde encerrou a carreira, em 1992.
Como treinador, foi Campeão Uruguaio pelo Nacional em 1998, 2000 e 2001 - também treinou Fluminense (BRA), Monterrey (MEX) e Grêmio (BRA).
Gracias, mi capitán! A nação tricolor saberá honrá-lo sempre!!!
Marcello Lima!
Foto de Marcello Lima surfando em Torres foi mostrada em ZH na década de 80.
Poucos reconheceram as madeixas loiras de Marcello Lima na edição dominical de ZH de 18 de janeiro ("O veraneio em outros tempos"). Ele próprio só foi ver a foto quando os pais ligaram avisando.
— Eu abri a edição online pela internet no meu iPhone. Muita gente onde eu trabalho nem sabia que eu era loiro, que eu era aquela criança bonitinha — brincou Lima.
Hoje, aos 33 anos, o publicitário e diretor de cinema tem pouco tempo para ir à praia:
— Tenho poucas folgas para viajar, então são poucos os fins de semana que eu vou para o Litoral. Minha vida é de prazos.
Mas o menino de quase quatro anos — pelo que lembra, faltavam poucos dias para o aniversário quando a foto foi tirada — preserva um hábito daquela época de veraneio na praia da Guarita, em Torres: o surf. Apenas por hobby, mas que já rendeu "boas ondas" até no Chile.
— Não sou nenhum surfista ferrenho. Dois anos depois desta foto, ganhei uma prancha de verdade. Desde os seis anos surfo regularmente — explicou.
Nesse meio tempo, entre a foto da década de 80 e a publicação no último domingo, Lima estudou no colégio Anchieta, em Porto Alegre, e morou um ano em Chicago, nos Estados Unidos, quando adolescente.
Mais tarde, formou-se em Publicidade e Propaganda pela PUCRS, voltou aos EUA para estudar na New School University, em Nova York, onde se tornou diretor de cinema após dois anos.
Hoje, o "guri da planonda" trabalha na agência Zeppelin na Capital, e conquistou em 2008 o prêmio de diretor do ano da ARP — Associação Riograndense de Propaganda.
Fonte: Brenda Parmeggiani (Zero Hora, Geral, 24/01/2009).
Quarteto fantástico!
Vinte anos bem vividos!
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Cristiano Zanella
12/08/2009
Semana que vem, minha bandeira do Grêmio está fazendo aniversário! O "Bandeirão" é um trapo de uns seis metros de altura por dois de largura, que me acompanha há quase duas décadas nas jornadas futebolísticas. Nele, estão estampadas as cores de uma paixão: o azul, o preto e branco. Não há dizeres, símbolos ou inscrições, é simplesmente uma bandeira tricolor! Ao longo dos anos, testemunhou inesquecíveis batalhas, lado-a-lado com o Grêmio, construindo uma trajetória de sucesso, basta lembrar seu jogo de estréia.
Era agosto de 1989, e o Grêmio chegava às semi-finais da primeira Copa do Brasil. O adversário era – mais uma vez – o sempre temido Flamengo, nosso arqui-rival nos anos 80, então treinado pelo mestre Telê Santana. O primeiro jogo, no Maracanã, terminara empatado em 2 x 2, placar que dava uma certa tranqüilidade para a decisão. Alguns dias antes da partida, fui ao centro da cidade comprar o tecido, numa casa da Voluntários da Pátria. Quem cortou o tecido e costurou a bandeira foi a dona Lucia Vieira de Souza, minha avó. Com uma máquina mecânica, movida a pedal, daquelas clássicas – o serviço ficou profissional!
O Grêmio era Pentacampeão Gaúcho, e no Rio Grande não tinha pra ninguém! Entrava em campo como favorito, formando com Mazaropi; Alfinete, Luiz Eduardo, Vilson, Hélcio; Jandir, Lino, Cuca, Assis; Kita e Paulo Egídio - um timão! O técnico era Cláudio Duarte, multi-campeão como atleta e técnico pelo nosso tradicional rival. Foi um jogo que jamais esquecerei: Grêmio 6 x 1 Flamengo (com gols de Cuca, Paulo Egídio, Almir, novamente Cuca e Paulo Egídio, com Assis fechando a conta). Sem dúvida, um os dez maiores jogos da era moderna do Olímpico! Comigo na superior (ainda com arquibancadas de cimento, sem cadeiras): Renato José Zanella (meu pai), Tuko Pereira Maia, os irmãos Macchi Silva (Pablo e Estevão), Marcelo e "Gemada" Rechden (onde andarão estes grandes guerreiros?). E eram mais de 50 mil num Olímpico em delírio, num jogo que era o prenúncio de um novo e inédito título nacional, e que foi fundamental na formação de gerações de gremistas que hoje são a maior e melhor torcida do Rio Grande – os números não mentem!
O "Bandeirão" sagrou-se Campeão da Copa do Brasil decidindo contra o Sport, e entrou os anos 90 quebrando tudo, assistindo e dando assistência em muitos jogos históricos, conquistando títulos, marcando a ferro e fogo seu nome na epopéia tricolor! Por onde andei e nos lugares onde morei, lá estava a bandeira, pendurada na sacada, na janela, pelas ruas da cidade, recebendo o afeto que se encerra em nosso peito juvenil! A bandeira tremulou sob chuva e sob o sol, foi puxada, pisoteada, enxugou sangue, suor e lágrimas, desceu às profundezas do inferno e voltou consagrada, e suas amarras jamais cederam – pelo contrário, estão mais fortes do que nunca! O "Bandeirão" continuou firme durante estes vinte anos, como a vó Lucia (que já ultrapassa os noventa anos)! E, quando o Grêmio perdia ou empatava jogos menores, era comum ouvir: "Pô, Zanella - perdemos porque tu não trouxeste a bandeira"... Mas no próximo jogo o "Bandeirão" tava lá de novo, e a gente acabava dando a volta por cima, superando os obstáculos, contrariando a lógica, acreditando no inacreditável, fazendo acontecer!
E foi assim, nas últimas duas décadas. Eu e a minha bandeira, torcendo, vibrando, fazendo história! Em todo final de temporada, repito o mesmo ritual: lavar, enxaguar, secar, dobrar e guardar a bandeira no armário, renovando as forças e esperanças para os novos e apaixonantes embates que a vida nos reserva.
Minha bandeira não tem ido muito a campo ultimamente, só em jogos decisivos e, confesso, já não tem mais a força dos tempos passados (andou até perdendo Libertadores em casa). Mas estou pensando em levá-la ao Olímpico neste domingo, afinal de contas, é um dia mais do que especial: ela está comemorando seus vinte anos, o Grêmio precisa da vitória, e o adversário, o Flamengo... é nosso velho conhecido!
Para o que der e vier, com o Grêmio sempre!!!
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Hot weels!
Zanella: sentí el alma!!!
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Canalla brasileño!
Foto: Sitio Oficial del Club Atlético Rosario Central (1889) / Planeta Canalla (Canallas por el Mundo)!
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A história da origem do apelido canalha é uma das mais curiosas do mundo do futebol: no início do século XX, uma epidemia de lepra assolou a cidade de Rosario (interior da Argentina). A fim de arrecadar fundos e ajudar um leprosário local, dirigentes do Newell´s Old Boys resolveram propor aos rivais do Rosario Central uma partida beneficente. A resposta foi negativa, acompanhada da adjetivação dos rubro-negros do Newell´s de “leprosos”, que responderam aos torcedores do Central chamando-os de “canallas” (canalha, ruim, pessoa de má índole)!
Com o passar dos anos, ambos os apelidos foram assumidos pelas “hinchas”: ser um leproso é motivo de orgulho para torcedores do Newell´s, da mesma forma que ser um canalha faz parte da identidade dos “centralinos”!
Parabéns, vó!
Domingo de Gre-nal - o filme!
Final Sports / Sob a Bênção da Imortalidade
21/10/2009
O sexto Gre-nal foi “disputado” nas telas dos cinemas do Rio Grande do Sul, e ficaria marcado na história como um dos mais obscuros e (por que não dizer) malditos filmes já produzidos em solo gaúcho. “Domingo de Gre-nal”, (longa-metragem em cores, com 90 minutos aproximadamente, censura de 10 anos) estreou em 24 de setembro de 1979, sendo lançado em algumas das principais salas exibidoras de Porto Alegre (cines Victoria, Rey, Miramar e Roma). Ficou pouco mais de uma semana em cartaz!
Escrito por Sérgio Jockymann (jornalista, autor de peças teatrais, colorado delirante e colunista da Companhia Jornalística Caldas Jr), produzido por Antônio Crivellaro e dirigido por Pereira Dias (responsável pelos longas-metragens protagonizados pelos “cowboys gaudérios” Teixeirinha e José Mendes), ao lado de outras produções que estavam pintando na época, foi o embrião do cinema gaúcho urbano – até então, a produção cinematográfica local era dominada pelo chamado “melodrama-musical-regionalista”, de temática essencialmente rural, enredos ingênuos e precariedade narrativa extrema. A idéia era transpor a estes pampas a trágica história de amor entre Romeu e Julieta, transformando a inimizade dos Montecchio e Capuletto na disputa acirrada entre as torcidas de Grêmio e Internacional.
Paulo Santana (Hugo, um corretor de imóveis), então vereador de Porto Alegre e colunista de Zero Hora, odiado pelos colorados, protagonizava o patriarca do núcleo tricolor, enquanto o humorista colorado Chibé (Juca, operador de guindastes no cais do porto) era o representante vermelho. Duas típicas famílias de classe média, moradoras de uma casa geminada, declaram guerra quando – na semana em que se decide o Campeonato Gaúcho – descobrem que seus primogênitos vivem uma paixão secreta e proibida. O irreverente Roberto Gigante, jornalista, ator de teatro e colunista social do Jornal do Almoço (então torcedor símbolo do Inter que, entre outras peripécias, protagonizou o “Caso Cléo” – quem se lembra?), fazia o papel do padre do bairro, que acoberta o namoro, tentando assim evitar uma tragédia familiar. O filme contava ainda com participações especiais de cronistas esportivos da época (alguns deles ainda em atividade), como Armindo Antônio Ranzolin, Enio Mello, Haroldo de Souza, José Matzembacher, Larry Pinto de Faria, Lauro Quadros, Luiz Carlos Bencke e Ruy Carlos Ostermann, além dos torcedores da dupla Camelinho e Terezinha Morango. Bons tempos...
Fracasso de público e crítica (Tuio Becker, Goida, Ivo Stigger, Hélio Nascimento, entre outros críticos da época, simplesmente destruíram o filme), voltou a ser exibido em São Paulo, em 81, com novo título: “Amor e... bola na rede”. Atualmente, “Domingo de Gre-nal” tem sua única cópia restante arquivada na Cinemateca Brasileira (SP), aguardando restauração.
Trinta anos se passaram, mas parece que foi ontem! Nada mudou: no passado, no presente e no futuro, nas telas ou nos gramados, Gre-nal é Gre-nal – o maior clássico do futebol brasileiro! Com os pés no presente, os olhos no futuro e o coração no passado... os votos de um excelente Gre-nal aos gaúchos e gaúchas de todas as querências!
Com o Grêmio sempre – na peleia!!!
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Dourado!
Valeu, Dourado!!!
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Hélio Dourado - Resumo histórico!
Hélio Volkmer Dourado nasceu em Santa Cruz do Sul, em 20 de março de 1930. Veio para Porto Alegre com 10 anos. Dourado assistiu a um jogo do Grêmio ainda em Santa Cruz do Sul, e ficou encantado. Sua mãe comprou-lhe um título de sócio aos 11 anos, em 1941.
Cursou medicina e jogou na seleção da faculdade. Jogou uma partida pelo Grêmio, sob o comando do técnico Servilho Rodrigues, mas não seguiu me frente no futebol, pois os horários da faculdade de medicina não permitiam que ele conciliasse as duas atividades. Optou pela medicina. Foi um dos maiores cirurgiões toráxicos do país, recebendo inclusive o prêmio "Bisturi de Ouro". Não perdia jogos do Grêmio: passou a viajar pelo interior do estado, aumentando assim sua popularidade entre os gremistas.
Conselheiro desde a década de 60, foi convidado para ser vice-presidente na primeira gestão de Flávio Obino. No departamento médico, inovou: prestava a assistência às famílias dos atletas, caso necessário, quando esses viajavam (assim, os jogadores ficavam mais tranquilos) - e acabou ganhando a confiança de todos. Criou um manual de conduta profissional, hoje código de ética e disciplina. Assumiu o Grêmio em 18 de dezembro de 1975, em um período crítico, pois o Internacional era sete vezes Campeão Estadual (quatro dias antes de sua posse, sagrou-se Campeão Brasileiro).
Interrompeu a sequência de vitórias do Inter, sendo Campeão Gaúcho em 1977. Foi três vezes Campeão Gaúcho (1977, 1979, 1980), Campeão Brasileiro em 1981, colocando o Grêmio na sua primeira Libertadores da América. Em sua gestão, houve o maior público da história do Olímpico (98.421 expectadores, no jogo Grêmio x Ponte Preta, pelo Brasileirão, em 26 de abril de 1981).
Como presidente, Dourado disputou 476 jogos, com 316 vitórias, 102 empates e 58 derrotas (números de Paulo Fortunato). Venceu amistoso contra o poderoso Cosmos por 3 x 1, em pleno Giants Stadium, em 1981. Deixou a base do time para a Libertadores e o Mundial.
Dourado revigorou a escolhinha de futebol e a ilha do Grêmio. Idealizador, junto com o patrono Fernando Kroeff, do Centro de Treinamento que hoje leva seu nome. Concluiu o anel superior do Estádio Olímpico, com a memorável campanha do cimento (viajou todo o Rio Grande do Sul e o Brasil buscando material de construção para concluir o estádio). Foi presidente da Associação Brasileira de Clubes, embrião do Clube dos Treze. Primeiro presidente a acreditar que o clube poderia chegar a 100 mil sócios (Correio do Povo, 13/08/2000, contracapa). Foi presidente do Grêmio como clube, e não apenas um presidente voltado para o futebol.
Fonte: Fábio Mundstock
Movimento Grêmio Acima de Tudo
http://gremioacimadetudo.blogspot.com
Irmãos coragem!
Daltro Cavalheiro!
Rosario Central!
Club Atlético Rosario Central (Rosario, Província de Santa Fé, Argentina), fundado em 24 de dezembro 1889, "El Gigante de Arroyito" - Campeão Argentino 71, 73, 80 e 87 (nesta temporada, a equipe foi patrocinada pela fabricante de motos e ciclomotores Zanella)!
http://www.rosariocentral.com
Superman vs. Muhammad Ali!
Frank Jorge!
Motocicletas Zanella!
O anúncio (em anexo) da Zanella modelo 125cc Super Sport é de fevereiro de 1964!
http://www.zanella.com.arTiazinhas!
Um dia de fúria!
Bob Zanella!
Vó Lucia!
Reunião de bacana!
Saldanha Marinho!
Parabéns à você!
Futebol Cards!
A marca de chiclete Ping Pong lançava a coleção Futebol Cards, com 486 cartões individuais de jogadores dos pricipais clubes brasileiros!
Cada envelope continha três cartões com a foto e a biografia do atleta, mais um "chicle de bola sabor artificial de tutti frutti, colorido artificialmente"!
Que tempo bom!
Foi uma verdadeira febre: inicialmente projetada para ter apenas cards de times do Rio, São Paulo e Rio Grande do Sul, o sucesso da coleção forçou o lançamento (em 79) de novos cards de equipes do Paraná e Minas Gerais!
A coleção completa está disponível em http://www.cardspingpong.com.br
Zanellinha!
São tantas emoções...!
Otto Guerra!
Miss tricolor!
Durante a partida contra o Corinthians, o time recebeu no Olímpico a visita da então Miss Brasil, a santa-mariense Rafaela Zanella!
http://www.gremio.net